Ao longo da instalação da obra não houve variação significativa da riqueza, no entanto o número de indivíduos de cada espécies variou. Apesar disso, não houve mudança significativa na estrutura da comunidade e na composição de espécies. Com relação às espécies herbáceas, foram identificadas duas espécies exóticas, sem registros nos bancos de dados nacionais até 2007 nas áreas próximas à obra e que alteram a biodiversidade, a Eragrostis ciliaris e a Oxalis corniculata.
De acordo com a gerente de estudos e projetos do Nema, Christiane Corrêa, "para avaliação mais precisa do impacto do Pisf é fundamental manter o acompanhamento da diversidade vegetal, já que a extinção local de uma espécie é um processo lento e que depende de alterações importantes nas características ambientais", explica. A gerente ainda ressalta que as avaliações de impacto ambiental associados à obra também devem considerar aspectos climáticos particulares da região, que é marcada por períodos de secas prolongadas.
Com a operação da obra a natureza dos impactos ambientais deve mudar. Haverá um aumento de disponibilidade da água, que deve oferecer suporte para o enfrentamento dos períodos de secas prolongadas. Com isso espera-se que haja um estímulo ao desenvolvimento de atividades agropecuárias e aumento da população na zona rural. Dessa forma, o monitoramento dos impactos ambientais nessa nova etapa da obra é muito importante para avaliar as possíveis modificações da biodiversidade.
Monitoramento da Diversidade Vegetal do Pisf - Realizado pelo Nema desde 2011, o objetivo desse monitoramento é analisar as possíveis mudanças na comunidade de espécies lenhosas herbáceas nas áreas influenciadas pelo projeto. Essa é umas das ações do Subprograma de Monitoramento das Modificações da Cobertura, Composição e Diversidade Vegetal, que integra o Programa de Conservação de Fauna e Flora (PBA 23) do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional (Pisf), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).