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Espécie do mês: jurema-preta

JUNHO

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.

Família: Fabaceae.

Nome popular: jurema-preta, jurema, cárbon colorado (El Salvador) e tepescohuite (México) (Flora do Brasil 2020 em construção).

A jurema-preta é uma espécie de áreas sujeitas a secas periódicas, distribui-se no nordeste do Brasil, norte da Venezuela e Colombia, México e El salvador (Flora do Brasil 2020 em construção; Queiroz, 2009). Apresenta grande capacidade de colonização de áreas degradadas (Queiroz, 2009) e é uma das espécies utilizadas no plantio de mudas do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), executado pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)nas áreas influenciadas pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF).

A espécie floresce entre os meses de agosto e novembro e frutifica entre setembro e janeiro, conforme o banco de dados do NEMA. As flores são melíferas e, junto com seus frutos e sementes, constituem fonte de alimento para insetos, aves e roedores na estação seca da Caatinga. Na medicina popular regional, o extrato alcoólico ou as cascas secas e trituradas são usados para ação antimicrobiana, antibacteriana, anti-inflamatória, cicatrizante e antiespasmódica.

Após as primeiras chuvas, surgem folhagens (ramas tenras) que são consumidas como forragem pelos animais (Lima, 1996). Já na estação seca, as folhas e ramos finos servem de alimento para caprinos criados em regime extensivo na Caatinga e quando cortadas e fenadas podem fazer parte da dieta de manutenção de ovinos.

Sua madeira é indicada para a construção de pequenos móveis, estadas e mourões de cerca, por produzir material lenhoso com alta durabilidade natural e boas propriedades mecânicas (Oliveira et al.,2006;Paes et al., 2007).A espécie ainda é utilizada para produção de lenha e carvão.

UTILIZAÇÃO: Ramos e folhas tenras como forragem para os animais; tronco para produção de madeira, lenha e carvão; raízes e cascas como fonte de tanino e remédio; flores são melíferas e na recuperação de áreas degradadas.

REFERÊNCIAS:

BAKKE, I. A; BAKKE. O. A., PEREIRA-FILHO, J. M.; SILVA, D. S. da. Mimosa tenuiflora: Jurema-preta. In: CORADIN, L.;CAMILLO, J.; PAREYN, F. G. C. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. Cap. 5, p. 569-577 il. color. (Série Biodiversidade, 51).

LIMA, J.L.S. Plantas forrageiras das caatingas. EMBRAPA/CPATSA/PNE/RBG-KEW, 44p. 1996. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/132354/plantas-forrageiras-das-caatingas-usos-e-potencialidades>. Acesso em: 03. Jun. 2019.

Mimosa in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB18874>. Acesso em: 29 Mai. 2019

OLIVEIRA, Elisabeth de et al . Estrutura anatômica da madeira e qualidade do carvão de Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Rev. Árvore, Viçosa , v. 30, n. 2, p. 311-318, Apr. 2006 . Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622006000200018&lng=en&nrm=iso>. accesson 29 May 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-67622006000200018.

PAES, J.B.; MELO, R.R.; LIMA, C.R. Resistência natural de sete madeiras a fungos e cupins xilófagos em condições de laboratório. CERNE, 13, 160-169, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rarv/v28n2/20992.pdf>. Acesso em: 29. Mai. 2019.

ROCHA, H.L.S.; PAES, J.B.; MINÁ, A.J.S.; OLIVEIRA, E. Caracterização físico mecânica da madeira de jurema=preta (Mimosa tenuiflora) visando seu emprego na indústria moveleira. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, 10(2), 262-267, 2015. Disponível em: <http://www.agraria.pro.br/ojs-2.4.6/index.php?journal=agraria&page=article&op=view&path%5B%5D=agraria_v10i2a3772&path%5B%5D=4790>. Acesso em: 29. Mai.2019.