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Espécie do mês: Joazeiro

DEZEMBRO

ESPÉCIE: Ziziphus joazeiro Mart.

NOMES POPULARES: Joazeiro, juazeiro, juá-bravo, laranjeira-de-vaqueiro

FAMÍLIA: Rhamnaceae

ORIGEM: Nativa

ENDEMISMO: É endêmica do Brasil

OCORRÊNCIAS CONFIRMADAS: Apresenta ocorrência confirmada para a região Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) (Flora do Brasil 2020 em construção).

DOMÍNIO FITOGEOGRÁFICO: Caatinga.

O Ziziphus joazeiro é uma espécie arbórea que apresenta período de floração de janeiro a junho, e nos meses de novembro e dezembro. Já a frutificação ocorre de março a setembro, conforme banco de dados fenológicos do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Sua polinização é realizada, principalmente por abelhas e insetos. A dispersão dos frutos e sementes é realizada pela ação de diversos animais (zoocoria).

O joazeiro apresenta considerável importância socioeconômica e ecológica, sobretudo na região semiárida do Nordeste. Devido a sua frondosa copa, a espécie é utilizada como ornamental e no paisagismo. A madeira pode ser usada em construções rurais, moirões, marcenaria e na forma de lenha ou carvão. Sua casca, folhas, frutos e raiz são comumente empregados na medicina popular no tratamento de tosses, bronquites, úlceras gástricas, expectorante, doenças da pele e limpeza dos dentes, além de ser utilizada na produção de diversos cosméticos. Possui também propriedades nutricionais, sendo utilizada na alimentação humana (seus frutos são ricos em vitamina C e utilizado na produção de farinhas para bolos, pães e biscoitos) e como forrageira para bovinos, caprinos e suínos, principalmente no período de seca.

É uma espécie perenifólia (que não perde as folhas de maneira concentrada durante o período seco, substituindo as folhas velhas pelas novas na estação seca) e heliófita (cresce em ambiente abertos e expostos à luz direta), sendo perfeitamente adaptada ao clima semiárido. Seus indivíduos são comumente encontrados em áreas de Caatinga (sendo uma espécie endêmica desse Bioma), com distribuição geralmente esparsa. Cabe mencionar que, por apresentar folhas verdes ao longo de todo ano, os indivíduos de joazeiro sofrem bastante herbivoria, o que pode promover a redução populacional da espécie. Por isso, sua regeneração natural é tida como baixa, devido ao consumo das suas plântulas e indivíduos jovens pelos animais.

O joazeiro é utilizado em programas de recuperação de áreas degradadas da Caatinga. Atualmente, mudas da espécie são empregadas na recuperação de áreas degradadas no Plano Básico Ambiental - PBA09, executado pelo NEMA, nas áreas de influência do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional (PISF).

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, N. D.; AGRA M. F. 2018. Ziziphus joazeiro: Juazeiro. In: CORADIN, L.; CAMILLO, J.; PAREYN, F. G. C. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, Cap. 5, p. 961-968 il. color.

Rhamnaceae in: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB20671>: . Acesso em: 02 Dez. 2019.

Leal, I.R.; Tabarelli, M.; Silva, M.C. 2003. Ecologia e conservação da caatinga. Recife : Ed. Universitária da UFPE, 822p.