JANEIRO
FAMÍLIA: Cactaceae
ESPÉCIE: Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles & Rowley
Apresenta duas sub-espécies:
- Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles & Rowley subsp. gounellei
- Pilosocereus gounellei subsp. zehntneri (Britton & Rose) Zappi
NOMES POPULARES: xique-xique, alastrado, xique-xique-das-pedras
ORIGEM: Nativa
ENDEMISMO: É endêmica do Brasil
OCORRÊNCIAS CONFIRMADAS: Apresenta ocorrência nas regiões Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Sudeste (Minas Gerais).
DOMÍNIOS FITOGEOGRÁFICOS: Caatinga, Cerrado.
O xique-xique é uma espécie extremamente importante para a região do semiárido nordestino, já que, assim como as demais cactáceas, apresenta adaptações para sobreviver a ambientes secos. Trata-se de uma espécie arbustiva, suculenta, com caule ramificado acima da base e flores esbranquiçadas. Geralmente, seu desenvolvimento ocorre em afloramento rochoso e solos areno-pedregoso. As flores abrem à noite e são polinizadas por morcegos. Já seus frutos são arredondados e quando maduros, exibem uma polpa de coloração rosa, com várias sementes pretas, sendo consumidos por insetos e pássaros.
No período de estiagem severa, é utilizada como forrageira, suprindo parte das necessidades nutricionais e também de água de diferentes animais. A colheita do xique-xique para alimentação animal é feita manualmente, por meio de corte das brotações laterais. Para remover os espinhos, é realizada a queima manual ou com o uso de máquina forrageira. Os caprinos pastejando na Caatinga costumam ser vistos por criadores consumindo plântulas, partes vegetativas e reprodutivas do xique-xique. Seus frutos e caule também são utilizados na alimentação humana. A espécie também é muito apreciada como ornamental, além de apresentar uso medicinal, na confecção de cerca viva e produção de artesanato.
O Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) utiliza o xique-xique em seu jardim xerófilo, onde a espécie chama atenção devido a beleza de suas flores, ramos candelabriformes, curvos e costelas com grandes espinhos.
Atualmente, mudas da espécie são plantadas nas áreas de influência do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) em modelos de nucleação desenvolvidos pelo NEMA para esta região. Essa ação é executada pelo Núcleo através do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), um dos 38 Programas Básicos Ambientais (PBA) do PISF que possibilitam mitigar impactos ambientais relacionados à obra e aumentar o conhecimento sobre o bioma.
REFERÊNCIAS:
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MACHADO, F. A. 2018. Pilosocereus gounellei: Xique-xique. In: CORADIN, L.; CAMILLO, J.; PAREYN, F. G. C. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, Cap. 5, p. 719-724 il. color.
ROCHA-FILHO, C. A. A. da; PAIVA, P. M. G.; COELHO, L. C. B. B.; ALBUQUERQUE, L. P.. Investigação do xique-xique (Pilosocereus gounellei) como fonte de inibidor de tripsina com ação antibacteriana. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em: <https://pdfs.semanticscholar.org/beb2/d6369eb225cf4863509950276cb69aace8a7.pdf>. Acesso em: 24.jan.2020.
ZAPPI, D.; TAYLOR, N. Cactaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB1663>. Acesso em: 23 Jan. 2020.
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