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Guia lançado em Petrolina identifica espécies de plantas da Caatinga e auxilia na recuperação de áreas degradas

Por Assessoria de Comunicação Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco

O Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) lançou o "Guia de Sementes e Propágulos da Caatinga", que apresenta de forma simples as características importantes de 19 espécies de plantas do bioma, entre elas angico, aroeira, juazeiro e umburana-de-cheiro.

Parte do projeto desenvolvido pelo Nema vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Regional para o monitoramento da Caatinga tem o objetivo de verificar os possíveis impactos da construção dos canais da transposição sobre a vegetação nativa, o trabalho começou em 2010 com a identificação das espécies. Em 2016, a equipe composta por 6 autores, deu início a pesquisa das espécies.

De acordo com o coordenador do Nema, professor Renato Garcia Rodrigues, a produção do guia atendeu o objetivo de contribuir com a pesquisa das espécies e também para a comunidade que pode ter acesso ao catálogo através de download no site do Nema.

"Pensamos em construir um guia que ajudasse não só a nossa pesquisa, mas a comunidade que de alguma forma precisasse dessas informações. Após a seleção das espécies que utilizaríamos (as mais comuns e facilmente encontradas) começamos os trabalhos de separação de sementes, e produção das pequenas mudas. Todo esse material foi fotografado de forma a mostrar as características que ajudassem a distinguir a espécie das demais. Concomitante a isso, iniciamos uma intensa busca bibliográfica para descrição das espécies e suas características", explicou.

Visando atender o maior público possível, o trabalho foi finalizado em julho de 2019 com o foco em manter a qualidade estética e ser, ainda, de fácil compreensão. A identificação das plantas demandou conhecimento detalhado das características de cada espécie, considerando que alguns detalhes não estão presentes nos estágios iniciais da vida de uma planta ou podem ser modificados nesse período.

"Existem inúmeros estudos e atividades que demandam do pesquisador a identificação específica de plantas ainda jovens, como exemplo temos o resgate de plantas em locais que sofreram desmatamento por obras, pesquisas que visam o entendimento da "saúde" da população, estudos para compreensão das sementes que existem no solo em áreas em recuperação e até mesmo a produção de mudas. Então consideramos a fase de germinação e logo após onde a planta pode possuir características (forma da folha, cor, espinhos, etc..) diferentes da planta adulta. Depois de crescer mais um pouco, a raiz que consegue retirar nutrientes do solo já pode ter outras características, até que a planta esteja jovem e pareça uma miniatura da árvore que será em alguns anos. O guia traz a descrição dessas fases de crescimento", pontuou.

O guia possui seis autores, são eles: Nazareth Guedes Urquiza; Jullyanna Nair de Carvalho, Christiane Erondina Corrêa, Leonardo Bergantini Pimentel, Daniel Salgado Pifano e Renato Garcia Rodrigues

O Nema criado em 2014, executa atualmente ações de recuperação da Caatinga. Segundo Rodrigues a meta é sanar o passivo de recuperação das obras da transposição. "Ao final do período chuvoso de 2020 (previsto para março) temos a previsão de completarmos 700 hectares de Caatinga em recuperação, com plantio de mudas e requalificação do solo através de plantas herbáceas, todas nativas do bioma. Nesse sentido, o guia auxiliará produtores de mudas na correta identificação de suas espécies, uma vez que pode existir confusão na hora da coleta de sementes. Assim como auxiliar no resgate de plântulas(planta recém-nascida) vivas em áreas que sofreram qualquer tipo de degradação", concluiu.

TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social

*Texto: Juciana Cavalcante

*Foto: Nema/Divulgação