Notícias

Espécie do mês: Pau-mocó

ESPÉCIE: Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke

NOMES POPULARES: Pau-mocó, pau-pedra, pau-de-chapada, angelim-da-folha-miúda

FAMÍLIA: Fabaceae

ORIGEM: Nativa.

ENDEMISMO: É endêmica do Brasil.

OCORRÊNCIAS CONFIRMADAS: Norte (Pará, Tocantins); Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte); Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais).

DOMÍNIO FITOGEOGRÁFICO: Amazônia, Caatinga, Cerrado

TIPO DE VEGETAÇÃO: Caatinga (stricto sensu), Carrasco, Cerrado (lato sensu).

O pau-mocó é uma espécie arbórea de porte médio (3-7m de altura), podendo chegar até 22m em ambientes com recursos favoráveis ao seu desenvolvimento. Caracteriza-se por apresentar tronco castanho-acinzentado, odor desagradável e raízes tuberosas que acumulam amido. Esse amido é fonte de alimento para roedores popularmente conhecidos como "mocó", daí o nome vernacular da espécie.

Apresenta potencial ornamental, pode ser utilizada para recuperação de áreas degradadas, produção de estaca e lenha por comunidades locais e na construção civil. Em épocas de seca severa, seus tubérculos são utilizados na alimentação humana, em forma de farinha. Além disso, apesar da sua toxidade (as folhas iniciais na estação chuvosa são tóxicas para animais) possui biomoléculas de interesse farmacêutico, com promissoras atividades antimicrobianas e citotóxicas, para o tratamento de doenças infecciosas e neoplásicas.

Conforme banco de dados fenológicos do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), o pau-mocó apresenta floração na estação seca e frutificação entre o final do período seco início do chuvoso.

A espécie perde as folhas apenas no período de floração, destacando-se nas áreas de Caatinga por suas belíssimas e inúmeras flores, com pétalas brancas (base vinácea) e estandarte com guia de néctar amarelo (tornando-se vináceos), sem cheiro. Suas flores fornecem néctar e pólen para abelhas, por isso, seus indivíduos são comumente encontrados em áreas de criação e conservação de abelhas nativas. As abelhas do gênero Xylocopa (conhecidas como mamangavas-de-toco) são as principais visitantes das flores.

REFERÊNCIAS

Barroso, R.F.; Silva, F.A.; Nóbrega, J.S.; Silva, L.J.S.; Novaes, D.B.; Ferreira, V.S. 2016. Biométria de frutos e sementes de Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 11 (5): 155-160.

Cardoso, D.B.O.S. Luetzelburgia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2020

Maia-Silva, C.; Silva, C.I.; Hrncir, M.; Queiroz, R.T.; Imperatriz-Fonseca, V.L. 2012. Guia de plantas visitadas por abelhas na caatinga. Fortaleza, CE: Editora Brasil Cidadão, 1:195p.

Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Feira de Santana: Universidade de Feira de Santana, 467p.

Urquiza, N.G.; Carvalho, J.N. de; Corrêa, C.E; Pimentel, L.B.; Pifano, D.S.; Rodrigues, R. G. 2019. Guia de Propágulos e Plântulas da Caatinga. Petrolina, PE: NEMA, 1:58p.

Vasconcelos, A.L. 2012. Perfil anatômico, fitoquímico, antimicrobiano e citotóxico de Luetzelburgia auriculata (Allemao) Ducke. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Pernambuco, CCS. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, 90f.