ESPÉCIE: Croton blanchetianus Baill.
FAMÍLIA: Euphorbiaceae
FORMAS DE VIDA: Arbusto, Árvore
NOMES POPULARES: marmeleiro, marmeleiro-da-caatinga
ORIGEM: Nativa
ENDEMISMO: Endêmica da Caatinga e do Brasil
OCORRÊNCIAS CONFIRMADAS: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) e Sudeste (Minas Gerais)
DOMÍNIO FITOGEOGRÁFICO: Caatinga
Espécie restrita ao semi-árido brasileiro, com ocorrência na vegetação da Caatinga, do Carrasco e em bordas de florestas montanas (brejos de altitudes). Considerada uma espécie pioneira, podendo ser encontrada em abundância nos ambientes antropizados, áreas desmatadas formando populações homogêneas. Pelo seu aspecto pioneiro pode ser utilizada em projetos de recuperação ambiental.
Um conjunto de características morfológicas ajuda a distinguir o marmeleiro das demais espécies do gênero, tais como, porte ereto atingindo entre 1 e 8m de altura; ramos velhos com casca variando de cor castanho-escura a clara, quando jovens, amarelo-esverdeados, pilosos, contendo látex translúcido. Suas folhas são verde escuras na face superior, podendo ser ásperas, e verde claras com aspecto prateado na face inferior, possui estípulas foliáceas com formato auriculado-reniforme, nos ramos jovens. Suas inflorescências são terminais e abrigam flores masculinas na porção superior e femininas na inferior, ambas possuem coloração amarelo-esverdeadas. As flores femininas possuem os estiletes unidos em uma coluna. Os frutos são cápsulas deiscentes (que se abre naturalmente), popularmente denominados de tricoca, esverdeados quando imaturos amarelo-prateados quando maduros. Possuem três sementes de coloração marrom escura e com a casca lisa.
Suas flores são polinizadas principalmente por abelhas. Sua dispersão é autocórica, ou seja, suas sementes são dispersas no momento da sua deiscência (abertura). Porém, as sementes apresentam uma estrutura denominada carúncula, que atraem formigas promovendo sua dispersão secundária. A floração ocorre de julho a dezembro e a frutificação de janeiro a junho.
É uma espécie rica em óleos essenciais, produzidos por diferentes partes da planta (folhas, flores, raízes e cascas do lenho), além de ser rica em diterpenos, com atividades biológicas diversificadas. Esses óleos essenciais têm sido evidenciados na literatura por possuir efeitos antimicrobianos e seus constituintes químicos tem mostrado notáveis atividades antibacteriana (contra Aeromonas hydrophila, Listeria monocytogenes, Salmonella enteritidis e Sthaphylococcus aureus).
Além disso, os óleos essenciais da espécie podem funcionar como inseticida, auxiliando no controle de pragas em culturas agrícola. Dentre os seus constituintes, tem-se os monoterpenos e sesquiterpenos, compostos considerados tóxicos para insetos, o que torna o marmeleiro uma espécie promissora no manejo e controle de insetos-praga, como por exemplo, os coleópteros presentes no conhecido feijão-de-corda (Vigna unguiculata L. Walp) cultivado e armazenado, principalmente, por pequenos agricultores. Alguns estudos também demonstram que o extrato aquoso da espécie apresenta efeitos contra ácaros, atuando como acaricida em culturas de mandioca no Brasil.
Além dos usos já citados, ele também pode ser utilizado na medicina popular, no tratamento de hemorragia uterina, dor de estômago, vômitos, diarreia, hemoptise e inchaço; apresenta potencial apícola e seu tronco é usado para produção de lenha, carvão, cercados que abrigam animais e também para estacas e varas curtas.
Apesar dos seus diferentes potenciais de usos, não está dentro da lista de espécie ameaçada de extinção, devido a sua ampla distribuição, abundância de indivíduos e presença de populações conservadas no interior de Unidades de Conservação.
REFERÊNCIAS
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